sábado, 11 de fevereiro de 2017

A Grande Hora


J. Hercilio Fleury
No relógio imenso do tempo
horas velhas de uma civilização envelhecida
gemem soturnas
vazias
inúteis na negação de uma loucura suicida.

Gotejar minutos de segundos ensanguentados
Arrastar núbios de minutos medrosos.
Gritos abafados de pendulo em desvairio...
Macabro tropel de mortos
Nos atalhos escuros das covardias!

E os milhões de braços vivos
erguidos em lança
para o Céu Eterno
num gesto heroico de Rebeldia e Fé!

No disco estrelado do Infinito
a projeção serena
das sombras de todos esses braços fortes
é o misterioso ponteiro
imponderável, gigantescos,
que marca inexorável
num ritmo de fatalidade
a Hora Culminante
Trágica e luminosa
a Grande Hora
da Quarta Humanidade.

Obs.: O belo Poema acima foi postado pela Companheira Aline Brandão (Manaus - AM) num Grupo Integralista de WhatsApp, de onde o reproduzimos. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Quarto Congresso Nacional do Integralismo


As inscrições para o IV Congresso Nacional já estão abertas, para participar do evento realize sua inscrição através do formulário disponível no link abaixo: 


Participem!

Pelo Bem do Brasil!
Anauê!

sábado, 12 de novembro de 2011

TROVAS INTEGRALISTAS

Augusto de Lima Filho

Brasileiro ergue a cabeça, 
mostra o peito varonil, 
antes que o mal aconteça, 
salvaremos o Brasil!
Defendemos a glória, 
vivemos sempre à luz 
dos grandes heróis, da história 
da terra de Santa Cruz!
Seja o Brasil um Gigante 
no território e na gente! 
O peito de Bandeirante, 
coração de Inconfidente!
Juremos ser legionários 
de Deus, da Pátria e Família 
e nossos peitos sacrários 
de tão santa trilogia.
O Integralismo fulmina 
do crime a torpeza enorme, 
nenhum de nós assassina 
o companheiro que dorme.

Seja a Pátria mãe do pobre, 
cesse o burguês despotismo! 
Somente a virtude é nobre 
no seio do Integralismo!


NATAL (1935)



A dedicada e virtuosa Companheira Dra. Irene de Freitas Henriques,
Chefe da Divisão Nacional de Ass. Social do Departamento Feminino.

É noite de Natal !...

Luzes, flores, música, alegria na casa do menino rico.

Na casa do menino pobre, a luz, quando não é de querosene, brilha menos. A música quando não é a surdina de um violão sentimental, é o eco longínquo e apagado de sons, que o rico não pode impedir que se escape de suas salas. As flores, ainda em botão, são iguais em todas as casas pobres, porque em todas elas existem muitas crianças. A alegria, é um soluço abafado da incerteza do dia de amanhã.

Hora de dormir !...

O menino que usa roupinhas de seda, calça sapatinhos de verniz e dorme aconchegado em almofadas, coloca seu sapatinho à janela, na certeza de que o papai Noel o transbordará, como nos outros anos, dos mais lindos e ricos brinquedos.

O menino que se veste de andrajos e calça sapatinhos, cujas solas são a pele de seus pesinhos, coloca-os à janela, na esperança de que papai Noel, desta vez, e não como nas outras, não deixe de contemplá-lo com uma prenda, ao menos aquela que não sirva para ser manuseada pelo seu vizinho.

Ambos dormem ! Dormem e sonham...

Um, tem o sonho cor de rosa, que devem ter todas as crianças. Na noite de Natal, o menino dos sapatinhos de verniz, tem o sonho daquilo que vai lhe suceder no instante em que o sol nascer para todos.

Antes, porém, que o rei astro doire por igual as cabecinhas das crianças, o menino entre as almofadas, já brinca com tambores, corneta, velocípedes e toda uma coorte dos mais variegados divertimentos infantis.

O outro, sonha também ! Mas o seu sonho é diferente... Sonho do desejo que pode não ser satisfeito ! É o sonho daqueles que jogam tudo, na esperança de salvar um tesouro que periclita.

Amanhece ! O sol divide-se e sub-divide-se numa ânsia de tudo iluminar com a mesma intensidade, e tudo reluz igualmente na natureza...

Os sonhos realizaram-se ! O menino que mora no palacete, brinca com os presentes que ele vira em sonho, e o menino que mora no barracão, vê confirmadas as suas incertezas, transborda pela vertente de seus olhitos as lágrimas de um anseio insatisfeito e diz para o íntimo de sua amargura: “Papai Noel só gosta dos meninos ricos !”

Assim, a criança que até então, nunca se havia preocupado com seu eu, mas somente com as coisas que a rodeavam, começa a sentir revolta íntima pela injustiça dos homens.

domingo, 5 de setembro de 2010

A Revolução Necessária

Capa do raríssimo "Anauê!", obra de Poesia Integralista do saudoso Companheiro José Mayrinck de Souza Motta.

Mayrink
Despe a camisa verde - imediatista,
incapaz da renúncia do presente:
Nem por mudar uma camisa, a gente
conseguirá fazer-se Integralista...

Quem a vestiu, sonhando uma conquista
ambiciosa, iludiu-se, totalmente:
- O soldado de Deus não traz em mente
nenhuma presunção personalista...

Integralismo é a escola da humildade:
- Cristo pregando a reforma interior,
na Judéia do egoísmo e da vaidade...

Despe a camisa verde, da revolta
que não sentiste - ó mísero impostor...
Anula-te a ti esmo... e depois volta...

(Transcrito do Nº 1 da Revista Anauê!, Janeiro de 1935, Ano I)

sábado, 28 de agosto de 2010

PALAVRAS AO MAR

Marcus Sandoval

Eu não gosto de ti, és maior do que eu
Na cólera, na raiva e na maldade!
Se, às vezes, fico a olhar a imensidade
Das tuas águas, tremo e peço ao Céu
Que te extingua!

Tu não cantas - regougas!
Tu não choras - blasfemas!

Se nas praias, nos dias de verão,
Te mostras esplendoroso,
É para lamber os corpos nús
Li...bi...dinoso!

Traiçoeiro,
Das cem mil galeras que destroças,Assasinas cem milh~es de marinheiros.
Covarde!

E dizem que tu amas,
Que vives enamorado de alguém
Que te não quer,
Porque és mau!

Nunca mitigaste a sêde de ninguém,
Cruel!

- Eu amo a límpida corrente,
Que se oculta medrosa,
Que canta e chora, que soluça e geme,
Que dá de beber aos que têm sêde,
Que acaricia a face austera
Dos barrancos e das ribanceiras!
Que beija os pés das crianças
E lava roupa com as lavadeiras...

A essa, sim, oh! velho Mar, eu amo!
Porque detesto os orgulhosos e os tiranos!

(SANDOVAL, Marcus. Água da Fonte - Poesias Escolhidas. Rio de Janeiro: [s.ed.], 1944. Transcrito das páginas 76 e 77)